quarta-feira, 14 de maio de 2014

Tortura durante a ditadura militar e seus métodos.

              Durante os 4 primeiros anos da ditadura, os primeiros atos institucionais permitiam a censura da imprensa, cassação de mandatos, a demissão de funcionários públicos, entre outros tipos de repressão, mas foi em 1968, com a edição do Ato Institucional n° (AI-5), que as portas literalmente se abriram à tortura. O AI-5 proibia a concessão de habeas corpus para acusados de crimes políticos, ou seja, todos aqueles que se opusessem ao regime poderiam ser presos por tempo ilimitado nas mãos dos militares, e foi entendido também como “licença” para matar em combate à subversão.
 Era comum o uso da tortura em presos políticos, para obtenção de informações sobre opositores e pessoas envolvidas na militância contra o regime. Apesar dos métodos de torturas terem sido usados com muito mais frequência após a edição do AI-5, com base na Comissão Nacional da Verdade(CNV) , a tortura era utilizada desde 1964. A CNV conseguiu identificar 371 casos de tortura de 1964 a 1968, e pelo menos 7 centros de tortura.
Diversos métodos de tortura eram utilizados, entre eles os mais comuns:
-Cadeira do dragão: espécie de cadeira elétrica revestida de zinco ligada a terminais elétricos em que presos políticos deveriam sentar pelados. Quando o aparelho era ligado, a cadeira transmitia choques  a todo o corpo. Muitas vezes os torturadores colocavam um balde de metal na cabeça dos presos, onde também recebiam choques.
-Pau-de-Arara: barra de ferro que era atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do joelho, “pendurando” os presos. Era geralmente complementada por choques elétricos, afogamento e pela palmatória.
-Choque elétrico: fios ligados a eletricidade e geralmente a partes íntimas ou ouvidos, dentes, língua e dedos de presos políticos.
-Pimentinha: máquina com capacidade de dar choques em torno de 100 volts no acusado.
-Afogamento: os torturadores geralmente fechavam as narinas dos presos e colocavam uma mangueira dentro de suas bocas obrigando-os a engolir água. Ou mergulhavam a cabeça do torturado em um balde com água ou até mesmo fezes dentro.
-Geladeira: os acusados eram presos em uma cela onde não havia espaço para ficar de pé, e deste modo os torturadores alteravam a temperatura da cela entre extremamente frio a um calor insuportável.
-Soro da verdade: soro composto de uma droga psicoativa (pentonal sódico) que deixava os presos em estado sonolento e fazia com que estes falassem durante o sono, para que torturadores pudessem descobrir informações sobre opositores e militantes.
-Coroa de Cristo ou capacete: um anel metálico com mecanismo de diminuir era utilizado na cabeça dos acusados, fazendo com que seus crânios fossem esmagados.
-Arrastamento pela viatura: os presos eram amarrados em um carro e arrastados diversas vezes.
Além desses métodos citados acima, era comum o sequestro de crianças(filhos dos presos políticos) e familiares, com objetivo de intensificar a tortura psicológica, em que torturadores provocavam medo e faziam ameaças a opositores do regime.
                  Em 13 de outubro de 1978, Ernesto Geisel proíbe a morte de presos políticos com a emenda constitucional n°11, porém as mortes e desaparecimentos continuavam. Apesar disso, nenhum torturador foi punido, já que no ano seguinte foi aprovada a Lei da Anistia (as pessoas envolvidas em crimes políticos seriam perdoadas pela justiça, inclusive torturadores).
                  Ainda hoje, não houve uma verdadeira justiça. Torturadores não foram punidos, enquanto que na Argentina e no Chile, com o término de suas ditaduras, torturadores foram condenados e presos.

Fontes:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/repressao-tortura-horror-434190.shtml

Rafaela Abdala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário