terça-feira, 10 de junho de 2014

O Olhar Inocente

O filme “O Menino do Pijama Listrado”, baseado no livro de John Boyne e de direção de Mark Herman, tem como eixo central o nazismo praticado na Alemanha em meio a segunda Guerra Mundial.

O protagonista da trama é Bruno (Asa Butterfield), um menino de 8 anos, filho de um oficial nazista (David Tewlis). Seu pai é promovido e eles se veem obrigados a deixar Berlim e se mudar para o interior, onde não haviam muitas coisas interessantes para uma criança. O menino passa a ficar extremamente entediado, portanto passa a explorar o local sem o conhecimento de sua mãe (Vera Farmiga). Até que então, ele conhece Shmuel, um menino judeu que fica do outro lado de uma grade que para Bruno era a “fazenda”. Bruno começa a questionar diversas situações que acontecem ao seu redor, como a fumaça preta malcheirosa ou qual era exatamente o trabalho de seu pai. A partir de diversas conversas com Shmuel, Bruno descobre que a fazenda nada mais é que um campo de concentração e que lá, judeus são aprisionados e torturados, o que o faz se questiona se seu pai seria mesmo um bom homem ou não.

Outro lado muito bem abordado é o de Elsa, mãe de Bruno, que depois de se mudar para o interior, passa a perceber o verdadeiro trabalho de seu marido. Conforme as demonstrações de violência tornam-se mais frequentes, ela fica horrorizada e descobre as atrocidades cometidas contra os judeus e as práticas dentro dos campos de concentração. Seu papel na trama mostra o quanto os alemães estavam desinformados sobre os terrores cometidos durante o Holocausto.  

O aspecto mais encantador do filme é o ponto de vista que ele aborta. Bruno tinha sede de amizade e chegou a ter inveja de Shmuel por ele conviver com outras crianças. A obra tenta buscar o lado humano do espectador mostrando que mesmo sendo um judeu e um filho de nazista, eles são, acima de tudo, crianças com o coração puro.


O filme trabalha a denuncia e até mesmo o lado apelativo. Ela clama por compaixão e mostra o protagonista vivenciando a pior das situações. O espectador se apaixona pela amizade sincera entre os dois meninos e se fascina com o olhar inocente das crianças diante de um cenário tão monstruoso como o Holocausto.


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