Acidente na BR-381 com derramamento de ácido expõe
risco ambiental em MG
Acidente
com carreta que tombou na BR-381 por pouco não contaminou água consumida por
cerca de 130 mil pessoas. Riscos de uma tragédia ambiental rondam rodovias em
MG
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A dissolução do produto corrosivo
no Rio Piracicaba causou sérios transtornos. Houve mortandade de peixes de
várias espécies
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A crosta corrosiva, escura e densa
formada pelos 18 mil litros de ácido sulfúrico despejados no Rio Piracicaba no
vazamento de uma carreta-tanque no km 328 da BR-381, em Nova Era, na
segunda-feira à tarde, esteve perto de prejudicar o abastecimento de 130 mil
moradores do Vale do Aço. A informação é do presidente do Comitê de Bacia
Hidrográfica do Rio Piracicaba, Iusifith Chafit Felipe, que criticou o sistema
de drenagem da rodovia por suas valas e dutos recolherem todos os resíduos que
poluem a estrada e os lançar diretamente no curso d’água. “O ácido desceu de
uma vez para o rio quando entrou no sistema de esgotamento da rodovia. Se
tivesse vazado cinco quilômetros antes, o mesmo sistema o escoaria até o ponto
de captação de água de Nova Era e de Itabira”, alerta.
Criticado por especialistas como uma forma de “varrer a poeira para debaixo do
tapete”, o sistema de drenagem das rodovias brasileiras normalmente destina
tudo que cai no pavimento para mananciais de água importantes, como mostrou a
série de reportagens do Estado de Minas, Natureza atropelada, publicada no mês
passado. Só na BR-381, trecho entre BH e Nova Era, o EM contou 20 equipamentos
de drenagem que destinam o que coletam, seja chuva ou vazamento, direto a
mananciais, em Santa Luzia, Caeté, Nova União, Bom Jesus do Amparo, Barão de
Cocais, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Bela Vista de Minas e Nova
Era. Alguns desses pontos de despejo encontram rios importantes como o da
Velhas, Vermelho, Uma e Piracicaba.
A dissolução do produto corrosivo no
Rio Piracicaba causou sérios transtornos. Houve morte de peixes de várias
espécies, uns boiando e sendo consumidos por urubus e outras aves nos remansos,
ou jazendo no leito e margens. No Centro de Nova Era, a drenagem da BR-381
deságua diretamente no rio, o ácido exalou mau cheiro, provocou irritação nos
olhos de algumas pessoas e levou a prefeitura e os órgãos ambientais a se
mobilizar para conter o produto químico e alertar sobre o perigo de contato com
a água contaminada. As ações na estrada e na cidade refletiram diretamente no
trânsito, que ficou congestionado nos dois locais.
Cheiro forte
Ainda nessa terça-feira, em Nova Era, havia dezenas
de peixes mortos próximos às margens do Rio Piracicaba, no Centro, e a pelo
menos cinco quilômetros seguindo o curso d’água até o Bairro Nossa Senhoras das
Graças. “Vimos a confusão e saímos da loja para ver o que era. Já na beira do
rio vimos aquele tanto de gente na margem com sacolas nas mãos catando peixes
que estavam agonizando. Até gritei para uma senhora para não pegar nos bichos”,
conta a gerente de uma loja de carros, Juliana Inês Ramos Campidele Moraes, de
24 anos.
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“Só senti o cheiro forte entrando na
loja. Parecia que um caminhão de ossos do açougue tinha passado. Foi aí que
vimos o ácido descendo pelo rio e o cheiro ficou mais forte, como se fosse
enxofre”, descreve a comerciante Heloiza Helena da Silva, de 61. “O cheiro
incomodou muito. Fui até lá para ver o que era e depois meus olhõs e o nariz
ficaram irritados, ardendo por um tempo”, afirma a vendedora Maria Fernandes
Mendes, de 36.
Nessa terça-feira, a empresa responsável pelo transporte do ácido, Transportadora
Borelli Ltda, providenciou a absorção do produto por uma mistura de cal e
areia, que seria removida até hoje. Segundo o gerente operacional da empresa,
Hermann Kielblock, o motorista da empresa era experiente, mas havia se queixado
de dores na nuca e na cabeça, hora e meia antes de tombar a carreta.
“Testemunhas disseram que viram a carreta descer a rodovia buzinando antes de
tombar. Uma das hipóteses é que o motorista tenha passado mal e perdido o
controle da carreta.
Chuva ácida atinge um terço da China,
diz relatório
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Um relatório oficial da China, divulgado neste
domingo, mostra que um terço do país está sofrendo com a chuva ácida,
fenômeno provocado pela alta presença de dióxido de enxofre no ar.
Segundo o documento, preparado para
uma comissão parlamentar, os níveis de poluição aumentaram e a qualidade do
ar se deteriorou.
O relatório indica que foram emitidos
25,5 milhões de toneladas de dióxido de enxofre no ano passado, a maior parte
vinda de fábricas que utilizam carvão como combustível.
O número representa um aumento de 27%
em relação às emissões de 2000, além de serem o dobro do limite considerado
seguro.
O documento aponta que, em alguns
casos, as chuvas chegam a ser 100% ácidas.
'Preocupante'
Segundo a agência estatal chinesa
Xinhua, Sheng Huaren, membro da comissão, disse que o fenômeno está ameaçando
o solo e a segurança alimentar.
"É particularmente preocupante
que a maioria dos governos regionais tenham como base de seu crescimento
econômico indústrias que consomem energia, desrespeitando a capacidade do
meio ambiente de sustentar a expansão industrial", afirmou Sheng.
Em julho, o governo chinês anunciou
que pretende investir cerca de US$ 175 bilhões em proteção ambiental nos
próximos cinco anos.
A verba - equivalente a 1,5% da
produção econômica anual da China - será usada para melhorar a qualidade da
água e para diminuir a poluição do ar e do solo, além de tentar prevenir as
erosões.
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Os
ácidos podem trazer sérios problemas tanto para o ser humano como para o meio
ambiente. Como mostra a primeira reportagem, a contaminação da água no rio
Piracicaba alterou o pH para ácido e por causa disso, causou a morte de peixes
de várias espécies. Além disso, fez com que a água se tornasse perigosa para
banho e consumo. O acidente poderia ter criado ainda mais problemas se tivesse
ocorrido alguns quilômetros antes, pois teria contaminado a região de captação
de água para abastecimento de Nova Era e Itabira.
A
chuva ácida é causada pela queima de combustíveis fósseis que liberam resíduos
gasosos, como óxidos de nitrogênio e enxofre. Estes reagem com a água e formam
ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.
Ela é perigosa, pois pode causar problemas a saúde, como por exemplo,
irritações nos olhos e doenças no sistema respiratório. Podem também prejudicar
a agricultura e a segurança alimentar e corroer materiais utilizados na
construção de espaços urbanos ou em hidrelétricas, represas.
Mas vale lembrar que acidentes de contaminação
e a chuva ácida são consequências da ação do homem, especialmente da poluição
no segundo caso. Por isso, devemos pensar em soluções preventivas como: fontes
de energia menos poluentes, transporte coletivo, conservação de energia,
combustíveis com baixo teor de enxofre.
Fonte: http://www.br381.org/2012/07/materias-publicadas-em-18072012.html
Fonte: http://www.br381.org/2012/07/materias-publicadas-em-18072012.html
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